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Carmen Rial (Brasil, 1954) é uma antropóloga e jornalista, professora Titular do Departamento de Antropologia da UFSC (1982) e do Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas. É pesquisadora destacada na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas:

globalização, antropologia da alimentação, visual, futebol, história da antropologia e consumo. É também Coordenadora do INCT/CNPq Estudos de Futebol Brasileiro.

Carmen Rial nasceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Brasil. Em razão da carreira profissional de seu pai numa empresa multinacional de petróleo, sua formação escolar no primário e secundário foi realizada nas cidades de Passou Fundo, Porto Alegre, São Paulo, Campinas e New Jersey, nos Estados Unidos. Estudou na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, onde concluiu o Bacharelado em Jornalismo, em 1980 e o Bacharelado em Ciências Sociais, em 1981. Atuou como jornalista na Rede Brasil Sul (RBS), e na Rádio Gaúcha, sendo a primeira mulher a trabalhar num Departamento de esportes de uma radio no Rio Grande do Sul e uma das primeiras no Brasil.

Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul ainda cursou o mestrado em Antropologia Social, em, sob orientação de Claudia Fonseca, concluído em 1988. Na Université Paris Descartes-Sorbonne, em Paris, concluiu seu D.E.A (1983) e seu
doutorado em Sociologia e Antropologia, em 1992, sob orientação de Louis-Vincent Thomas.

Realizou pós-doutorado no Laboratoire d’Anthropologie Sociale (Collège de France/CNRS), de 1996 a 1998, na University of California Berkeley, UCB, Estados Unidos, em 2009, na Université de Toulouse II - Le Mirail, UTM, França, de 2009 a 2010, no Laboratoire d'Anthropologie Sociale, LAS, França, de 2009 a 2010, e na City University of New York, CUNY, Estados Unidos, de 2016 a 2017. Em seu Memorial para professora titular da Universidade Federal de Santa Catarina, Carmen Rial explica o porquê seguiu o caminho da Antropologia: 

“A Antropologia era quem fornecia as melhores respostas sobre o que estava
acontecendo no país, através de etnografias de grupos localizados, como associações
de bairro, por exemplo, e não esperava por uma revolução que não se via no horizonte.
O micro, o cotidiano, o invisível deveria contar, como as teorias feministas vinham
mostrando. E então, embora ainda não tivesse lido esta passagem em Vargas Llosa, já
começava a desconfiar que há dois modos de se conhecer um reino: o primeiro, mais
próximo da démarche da Sociologia, consiste em entrar pela porta da frente do
palácio, ir diretamente à sala do trono, indagar ao rei sobre quantas pessoas moram
no reino, quantas trabalham, o que se gasta, quanto se produz. Temos uma visão geral
do país. A segunda, mais próxima da Antropologia, é de se entrar pela porta dos fundos
do palácio, sentar na cozinha e ficar observando o que fazem os cozinheiros, sobre o
que conversam, suas fofocas, e vagar pelo reino. E com isto preenchemos com vida os
números”.

 

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